Lédio Carmona, que está fazendo muita falta nas transmissões da Libertadores no Sportv, comparou o jogo desta terça a uma luta de boxe. Data maxima venia, sou obrigado a discordar do graaaaaaande comentarista. Jogo de competição sulamericana está mais para MMA, ou vale-tudo, se preferirem. Assim sendo, começou o UFC para o Palmeiras.
Terminada a fase de grupos da Libertadores, o quadrilátero verde do Palestra Itália recebeu os dois primeiros rounds do desafio. De cara, Luxa surpreendeu iniciando o confronto com três atacantes. Em compensação, Pierre Perfeição era o único volante de ofício na marcação. Sobrou para CX10 novamente o sacrifício de fazer o segundo volante. Ao técnico que, um dia, afastou Evair do elenco do Alviverde Imponente, só restou mandar seus pupilos fazerem o de sempre: ferrolho, cera e faltas, muitas delas desqualificantes.
Logo de cara, aos cinco minutos, K9 aproveita um cruzamento complicado da esquerda e consegue, com um leve toque, tirar o goleiro da jogada. A gorduchinha, caprichosa como ela só, não foi dormir nas redes, preferiu beijar o travessão.
Continua o jogo. Dá para ver que o juizão estáva querendo deixar a luta sem vencedor. Sempre que podia dava uma esfriada no jogo e começou a permitir que os visitantes fizessem cera, marcava falta a favor da cachorra de peruca em qualquer contato, enquanto do outro lado, deixava de assinalar um caminhão de faltas.
Em uma delas, no grande círculo, Paulo Baier, o geriátrico, deu um golpe de Kung-Fu, com o pé, no nosso camisa cinco. Indecente. Ficou clara a intenção de agredir um adversário, que veio para o jogo baleado. Mas, ao invés de mandar o vôvô para o chuveiro, o milongueiro deu um cartão amarelo.
Na única jogada de ataque decente do time pequeno no primeiro tempo, o nosso Santo espalmou para escanteio. Keirrison, por seu lado, continuava com a sorte jogando contra. Aos 23 minutos, o matador deu uma caneta no becão e bateu de primeira, outra vez a preciosa preteriu as redes.
Já que estou fazendo uma analogia entre o jogo e uma luta, perdoem o trocadilho. Aos 34 minutos, o argento ladri, fez o primeiro “assalto” do combate e, claro, foi contra o Verdão. Bola levantada na área, o zagueiro pernambucano agarrou o K9 e jogou-o no chão, nas barbas do referré que, fingindo de morto, não marcou o penalti. Safado !!!
Terminado o primeiro round, o Palmeiras mostrava sua superioridade ante um adversário que levou porrada de todo o lado, mas seguiu de pé, com uma forcinha do juiz. Marquinhos foi o Marquinhos de sempre, ou seja, nada acrescentava ao time. Willians também fazia uma partida ruim. Com isso, os dois comprometiam o trabalho de Diego Souza.
Cleiton Xavier voava em campo. Jogava com vontade e, quando vai para a luta assim, faz a diferença. Pierre, mesmo meia-boca, ainda é o melhor volante de contenção do futebol brasileiro. A zaga surpreendeu pela segurança e os alas não foram mal, principalmente Armero.
O segundo round começou com terminou o primeiro: com o Alviverde Imponente mandando no jogo, e o time da camisa cor de diarréia se defendendo e fazendo cera. E o Palmeiras, no ardor da luta, criou boas chances de abrir a contagem. Aos sete, aos 10 e aos 17 minutos, quando Keirrison, quem diria, ganhou uma bola perdida e assistiu Diego Souza, que mandou por cima do gol.
DS continuava sobrecarregado e sem ter para quem armar. Se mandava para os novos baianos era bola perdida, se tentava com o K9, a defesa embolava e acabava aliviando. Luxemburgo demorou 20 minutos para desfazer o que não funcionava. Tirou Marquinhos e Willians, a dupla inoperante, e mandou para a briga Mozart e Ortigoza.
O maestro deveria compor a dupla de volantes com Pierre, liberando CX em campo. Já o atacante paraguaio recebeu claras instruções de forçar a explusão de um defensor e fazer um gol de cabeça. Aos 29 minutos, o tosco Hamilton deu um carrinho, no mínimo deselegante, em Coalhada e foi expulso.
Cleiton Xavier, que até ali era o melhor do jogo, cobrou à la Alex e o Ortigol deu um leve toque para vencer o goleiro narigudo. Demorou, mas a contagem foi aberta. O Ixxxxpót ficou noucateado, tentando se defender ainda mais. Pouco antes do soar do gongo, Didi tentou o golpe de misericórdia. Aproveitando um cruzamento da direita, fez até pose. A malcriada foi bater novamente na trave.
Fim do segundo round. Metade da luta já passou e o Palmeiras está em vantagem. Se continuar mostrando a mesma pegada, seguramente vai em frente. Cabe ao adversário mostrar que pode lutar, e não ficar apenas puxando a cueca, apelando para clinch e enfiando o dedo no olho dos oponentes.
Deixando de lado a comparação e pensando apenas em futebol, se o técnico, que mandou o time feio para a segundona, acha que sua equipe é capaz de jogar “argentino”, cozinhando no primeiro jogo e no segundo ganhar de qualquer jeito, nem que seja na base do abafa e de pancada, tem que ganhar uma camisa de força. Os comedores de chorizo, além de tudo isso, sabem jogar bola e não fazer aquela coisa bizonha que a cachorra de peruca fez ontem.
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