quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O Circo do Futebol ... (Updated)

... É o único onde o cara de cartola é a atração principal e os palhaços ficam na platéia.

"270 dias ou nove meses!
por Ademir Castellari in Forza Palestra

270 dias é a punição recebida pelo professor Beluzzo. 270 dias - a partir de agora - é a punição por se falar a verdade.

Sua filha, de agora em diante, ao dizer que não concorda com a maneira com que você decidiu o imbróglio com a irmã mais nova – ou a mais velha - deve ser alijada por 270 dias do uso do computador, da TV, quiçá, do cinema no domingo à tarde. A pena é de 270 dias, mesmo que ela tenha razão. Você errou, foi injusto, mas a pena é de 270 dias. Não são 365 nem 30, são 270 dias. Pelas contas são nove (09) meses.


Nove meses é o tempo de um parto. Nove meses é o tempo que – segundo a conta popular – leva uma criança para nascer. Esperemos que esse tempo seja o necessário para que nasça um novo futebol no Brasil. Um futebol sem hipócritas, sem covardes e sem corruptos.

Os hipócritas são aqueles que por aqui vivem e abundam na imprensa esportiva. Esses que saudaram Beluzzo como presidente, mas que quando foram apresentados à realidade só tiveram voz para dizer que a reação do presidente do Palmeiras foi intempestiva. Queriam o quê? Virgens na zona. Kfouris e afins, bando de hipócritas. Querem mudança, mas não encaram uma batalha de verdade. Preferem acreditar na ingenuidade que não existe.

Covardes são aqueles que se omitiram durante esses últimos dias. Aqueles que nos momentos da bonança bajulam, mas na tempestade de calam, se escondem, não se pronunciam.

Corruptos, os de sempre, são aqueles que se perpetuam, se locupletam, esperam uma brecha para levar vantagem. Os daqui e os de lá.

Hoje, perdeu o futebol brasileiro, esse que poderia – fosse verdade a tal indignação dos Kfouris, e não apenas retórica – ter renascido para uma nova era. Bastava um mínimo de coragem, de vontade, de verdade; um mínimo de uma verdadeira indignação.

Na realidade, nessa sociedade ‘pós-sei-lá-o-quê’ ninguém se importa com nada que não seja ganho pessoal, lucro. Os hipócritas querem furos, leitores, reconhecimento, dinheiro. Os covardes a chance para na calada da noite dar um golpe. Os corruptos contam com isso tudo, pois se alimentam dessa gente e dessas situações.


Beluzzo, um Palmeirense de verdade, se viu sozinho em sua luta e pregou no deserto – feito esse blogueiro que é arcaico e ainda sonha com um futebol das antigas, onde torcedor externa suas opiniões, sofre, teima, ama, reclama; é torcedor, não consumidor – e pagou por isso. 270 dias.

Nesse momento, só há uma coisa a ser dita: perdeu o futebol brasileiro. Uma pena.

270 dias, nove (09) meses. Não é nada. É um parto. Enquanto isso, Simon vai a mais uma copa do mundo (assim, com letra minúscula). Mas, todos sabemos quem é Simon e quem são aqueles que julgaram o Presidente do Palmeiras. Sabemos também como funciona o futebol brasileiro.

Amanhã, acordaremos todos pensando em um novo jogo, um novo campeonato e uma nova matéria bombástica sobre os bastidores do futebol nacional. Mas, se alguém ousar dizer que a estrutura é corrupta, arcaica, carcomida e ousar denunciar isso, será condenado... Por 270 dias!

Por fim, Beluzzo, para quem enfrentou a ditadura militar o que é enfrentar pequenos ditadores? Essa tiraremos juntos; queiram eles ou não.


Estamos com você; para o que der e vier!
Forza Beluzzo!
Forza Palestra!"



"Estamos com você, Belluzzo!


Veio a punição, dura como era de se esperar em se tratando deste tribunal de crápulas, pilantras e vagabundos. Tribunal este que, ressalte-se, teve seu modus operandi devidamente exposto pelo nosso presidente, hoje réu. Diante disso, chega a ser honroso receber punição assim tão severa de uma corja como esta que aí está.

Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo, um dos maiores economistas do Brasil, figura ilustre, intelectual de renome, advogado, professor, colunista de jornais e editor de revista, é, acima de tudo, um palmeirense da mais alta estirpe. Destemido, aceitou arriscar toda essa reputação construída junto à sociedade para defender o seu clube e a sua torcida do crime cometido por um pobre diabo.

Belluzzo não teve receio de colocar o coração à frente da razão. Enfrentou quem quer que viesse pela frente, disparou contra um esquema bem orquestrado e contra canalhas de toda espécie. Tomou porrada de todos os lados, um pouco mais desta nossa imprensa esportiva covarde, medíocre e mau-caráter, composta por alguns personagens que tudo fazem para reproduzir as facetas moralistas e hipócritas de uma sociedade sem cara.

Belluzzo falou tudo o que gostaríamos de ter dito as pessoas que, amantes do futebol, não admitem ver o esporte vilipendiado por um bandido de ocasião como este Carlos Eugênio Simon.

Belluzzo, homem sério a toda prova, encarou uma variada fauna de canalhas. Sem medo, sem meias palavras, sem discursos vazios. Ganhou epítetos os mais injustos e foi até acusado por uns e outros, ainda mais sórdidos, de desestabilizar o time que tentou defender.

Houve até um momento em que o presidente da S.E. Palmeiras se viu isolado por seus pares, alguns dos quais chafurdados no mar de lama das politicagens internas do clube que aceitou dirigir por amor. Fez-se o silêncio ao seu redor e as palavras de apoio e de conforto vieram somente de sua própria torcida, igualmente vítima e indignada com o assassinato praticado no Maracanã.

Belluzzo não disse nada além do que deveria ter sido dito. E foi punido por isso, por um tribunal que age em função de interesses escusos e de uma estrutura carcomida, a mesma que tanto precisaria de uma figura como ele para tomar jeito.

É, como eu disse no começo, uma honra receber semelhante punição desta corja de crápulas, pilantras e vagabundos.

Os efeitos da punição serão percebidos, é fato, e quem mais paga por isso é o próprio Palmeiras, para satisfação dos falsos profetas da moral e dos bons costumes. Mas não só: perde o futebol brasileiro.

Belluzzo, no entanto, pode ter a consciência tranquila por manter a dignidade inabalada neste mundo podre que é o futebol brasileiro. E se calaram sua voz por um instrumento jurídico, arma típica dos pobres de espírito, é bom que saibam que cada palestrino vivo haverá de carregar o brado de indignação de Belluzzo por todo canto onde houver Palmeiras. E, por nós, uma assassino como Carlos Eugênio Simon haverá de pagar pelo crime cometido.

Obrigado, Belluzzo! Estamos com você!"

Mais deve ser lido em Porcopédia, Terceira Via Verdão, Binóculo Verde, Palestra Imorta, Cruz de Savóia e Observatório Alviverde. Infelizmente, nem um terço dos blogues verdes manifestou solidariedade para com o Professor. Mas, os outrora acusados de desestabilizar, oposição y otras cositas más por quem hoje se cala, não fugiram do pau! Como sempre!

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