Várias vezes escrevi sobre ele e outras tantas reescrevi suas sábias e bem traçadas linhas. Seu blog, no início, era apenas um válvula de escape para alguns dos pensamentos de um competente e sério profissional que trabalha no vil universo da comunicação.
Porém, a reverberância de suas palavras foi aumentando e meu amigo entendeu seu papel de protagonista na mídia independente. Seu conteúdo passou a ser mais constante e o resultado foi um salto de pouco mais de vinte acessos diários, para mais de mil page views/dia. A pessoa em questão é meu amigo de infância, por assim dizer, Marco Mello, do blog DoLaDoDeLá.
Hoje um editor, até então desconhecido do público se tornou capaz de caminhar com passadas firmes e largas ao lado de Luiz Carlos Azenha e Rodrigo Vianna, no que esse último chama de "guerrilha da internet".
Nessa guerrilha, de alguns Davis contra o Golias da comunicação, não é possível matar o gigante em um só golpe. É preciso a ter a paciência e a perspicácia de um pugilista rápido, mas muito mais fraco do que o oponente. Não adianta partir para um confronto direto, pois terminaria na lona. Então, o rápido e inteligente lutador vai minando o adversário com golpes na região hepática e bailando pelo ring para cansar o mais forte.
Cada qual a sua maneira, Mello, Azenha e Vianna prestam inestimáveis serviços ao jornalismo brasileiro batendo no fígado do Mike Tyson da Impren$a. Marcão publica seus contos; Quando meu filho mais velho era pequeno, Parece que os leitores gostam mais de ficção, Da série ficção e Vocês pediram então aí vai mais uma da série.
Acontece que, o pusilâmine pugilista da comunicação, tal qual o Tyson de carne e osso é capaz de arrancar um pedaço de orelha do contender, sem muita cerimônia e Marco Mello recebeu ameaças pelo seu trabalho independente. Um show de estupidez, um legítimo tiro no pé, em se tratando de gente que tem ou representa uma uma instituição que de tantos pactos com o Cramuião, vive com o rabo preso.
O custo do caminho escolhido é esse e meu amigo foi capaz de passar de cabeça erguida pelo incidente indecoroso. Para a alegria da audiência e o desespero dos intimidadores, a ação teve o efeito de um pum. Fedeu, incomodou um pouco e logo o vento levou:
"Carapuça é um capuz de forma cônica usado no período da Inquisição, como forma de ridicularizar condenados em praça pública, antes dos julgamentos. Vem daí a expressão "vestir a carapuça" com o sentido de "assumir a culpa".
Na ficção não somos obrigados a guardar correspondência com a realidade, necessariamente. Ela pode apenas servir como pano de fundo, fio condutor, ou mesmo de sinal trocado, falseando ou ocultando parte da realidade. Quando o sujeito "veste a carapuça" é quando ele se vê retratado naquela história, mesmo que a correspondência não seja direta (só o é para ele). Neste caso, por mais que ele fique irritado, incomodado, desconfortável, não há muito o que fazer, porque qualquer reação pode ser reveladora. Portanto, quando o sujeito veste a carapuça, mas não pode admití-lo, em geral, reage assim: primeiro, tenta desqualificar em público aquele que o critica e, depois, tenta de alguma forma mostrar ao crítico que foi atingido. Só que, como não pode se revelar, tem duas opções: ou pede para alguém fazer o serviço para si, ou o faz sozinho, mas tentando manter o anonimato. Ambos os gestos demostram covardia, típica de quem não aceita a crítica, por mais justa e dolorida que ela possa ser.
Os covardes adoram viver encastelados e bajulados. São inseguros, sem auto-estima e infelizes. Quando se sentem atingidos, geralmente perdem a cabeça. E ao perder a cabeça fazem bobagens, das quais se arrepende depois. Ou não... A forca, mesmo que tardia, costuma ser mais dolorosa para esse tipo de gente."
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