Belluzzo

Mais uma vez, fui beber na fonte do DoLaDoDeLá. Meu amigo Marcão fez um post em cima de um artigo do pensador Luiz Gonzaga Belluzzo, in Carta Capital:

"De raspão, passo por Marina Silva. Ela sempre foi duramente atacada pela mídia enquanto estava no governo Lula. Sempre considerada um entrave ao desenvolvimento, ao progresso quando defendia e conseguia levar adiante suas políticas de desenvolvimento sustentável. De repente, os colunistas mais conservadores, as revistas mais reacionárias, passam a endeusá-la pelo simples fato de que ela saiu do PT. É a mídia e sua intervenção política. Marina, no entanto, para deixar claro, não tem nada com isso. Creio em suas intenções de intervenção política séria, fora do PT. Neste, teve uma excelente escola, que ela não nega".

Não vou ficar tecendo odes à qualidade das idéias do professor. Mas vale um comentário sobre sua relação com a impren$a forma₤. É um crítico da venal interveção midiática na política do país. Usa sua envergadura moral para pontuar seu pensamento, como fez no texto acima e nunca é acusado de nada, ou sequer contestado.

Deixemos agora o homem de idéias de lado. Entra em cena, o presidente do Palmeiras. Deus e todo mundo, sabem a forma como o Clube é tratado na Impren$inha €sportiva. Ali, Belluzzo normalmente não mostra as unhas. Vez ou outra, aparece uma nota de repúdio da Assessoria de Imprensa.

Acontece que, na gestão do presidente/professor houve uma mudança radical no trato com a mídia. A Líbero, AE do Palmeiras, publica matérias próprias no site do clube, democratizou o press-release e trabalha jornalismo viral no Twitter.

Ainda no Twitter, o próprio Belluzzo aparece e informa sua torcida em primeira mão sobre fatos relevantes do futebol. Assim foi na contratação de Muricy Ramalho e no “fechamento da janela” pela parceria Traffic/Palmeiras. Ou seja, professoralmente insinua que os tradicionais meios de comunicação deveriam rever seus conceitos. Seja a informação viciada, seja a manchete/furo a qualquer preço, seja o tal jornalimo investigativo parcial.

A mensagem é clara. A rede de informações não depende mais dos formais. A imprensa deixou de ser o grande formador de opinião, é apenas mais um. Se a credibilidade está perdida, as informações distorcidas e tudo mais, uma pessoa que tenha algo para dizer pode valer-se dos meios não tradicionais, com absoluto sucesso.

Aproveito este post, ainda, para fazer um tardio mea culpa. Na conturbada época do técnico de poker, deitei a falação em todo o departamento de futebol do clube e também, no presidente Belluzzo.

O professor não só me calou, ainda mostrou, para este crítico do momento que, minha visão era muito curta. Eu achava que estava pensando no curto ou médio prazo quando, na realidade não conseguia ir além de amanhã. Acontece que, para que eu tenha uma visão mais longa de um processo eu preciso de esperança, coisa que passava longe deste torcedor apaixonado e irracional.

LGB fez acontecer. Em um prazo realmente curto, mostrou que o trabalho era sério e competente. Mudou a perspectiva sobre o Palmeiras. O time que caminhava para o buraço após a eliminação na Libertadores e mais adiante por um desmanche patrocinado pelo parceiro capitalista, virou protagonista. Fez renascer esperança.

Hoje a parceria já não pode ser vista apenas como um rufião de atletas, os caras estão bancando um plano esportivo de médio prazo.

A arcáica estrutura do futebol que, coloca o treinador como um Deus e permite que Este trabalhe unicamente com pessoas do seu relacionamento ou interesse, rifinito. Foi-se a milionária turma de enganadores, bancada por Luxemburgo e foi criada uma comissão técnica fixa.

Os resultados ainda não se materializaram e pode ser que isso nem aconteça agora. De qualquer forma, o trem está nos trilhos e em breve as conquistas coroarão o pensador Belluzzo, também na gestão esportiva.

Agora, professor Belluzzo; Tem que dar uma melhorada no espanhol, heim?

By Gazzetta Dello Sport. Informação de Fábio Porcopédia Tatú