terça-feira, 9 de março de 2010

O Estupro Consensual (Updated)

Na pressa em postar, deixei o final do texto no rascunho, em word. Aproveitei e retirei uma parte que estava um tanto carregada. Para quem leu antes, minhas desculpas.

Nem vou comentar sobre a nova modalidade de abuso sexual criada pelo senador goiano DEMO-stenes Torres; O estupro consensual !!! Deixa para lá.

Pior é a manifestação de um tal Demétrio Magnoli a respeito disso. Também não será profunda a observação das idéias do nobre pensador. Quem tiver estômago/saco e ainda não cancelou sua conta UOL que se atire aqui.

Num passado recente, ainda se narrava essa história sem embrulhá-la na imaginação racial. Dizia-se o seguinte: o tráfico atlântico articulou os interesses de traficantes europeus e americanos aos dos reinos negreiros africanos. Isso não era segredo ou novidade antes da deflagração do empreendimento de uma revisão racial da história humana com a finalidade bem atual de sustentar leis de divisão das pessoas em grupos raciais oficiais.”

Definitivamente, desde 1500, a forma como é contado o sub-mundo da história brasileira faz dela uma fonte confiável. Assim como, tirar a sujeira de baixo do tapete é uma maneira de acirrar os ânimos e dividir um povo, claro!

O autor continua sua defesa do indefensável alegando que a escravidão já existia na África. Assim, a responsabilidade dos europeus que traficavam escravos é bem relativa, afinal que diferença faria para aquelas pobres almas viver na Mãe África, no Islã, na Europa ou nas Américas? Já estavam condenados a viver entre correntes!

Eu adoro o simplismo! Do ponto de vista do Ilmo Senador e do sr. Magnoli, moralmente os traficantes de escravos não fizeram nada de condenável e, assim sendo, nenhum mea culpa sobre isso é necessário. Pilantra foi quem ofereceu. Se foi negrão, duplamente.

Magnoli insinua que, “poderosos interesses” ou algo parecido, estão desvirtuando a verdade histórica. Aí pergunto; Quais interesses poderiam ser mais poderosos ou capazes de perverter o passado mais do que os que ele representa?

O cara, um dos participantes do Instituto Millenium é a voz de 500 anos de domínio dos bem aventurados sobre os desgraçados. Para ele não existe racismo. A superioridade de uns sobre outros independe disso.

Portanto, para que perder tempo abrindo possibilidade de acesso a educação superior para esse tipo de gente que, nunca deixá de ser inferior? Isso em nada tem relação com raça e, por favor, vamos parar com esse bate-papo na senzala!