sábado, 15 de agosto de 2009

Stamford Bridge

Hoje foi dia de assistir meu primeiro jogo da FAPL. Chelsea X Hull City. O jogo de abertura da liga inglesa. A ida para o estádio foi muito simples. Foi só pegar a District Line do metro. Trajeto de 20 minutos em um trem lotado, até West Brompton.

Enquanto aguardava meu amigo Ollie, vários torcedores passaram por ali, até que um comentou:"Look a Palmeiras Shirt!". Olhei animado, mais um britânico conhecia o Verdão. Só que os caras eram skinheads enormes, sendo que, um deles tinha uma suástica tatuada no peito. Conhecendo o viés da tribo e ponderando sobre o tom da minha pele, achei prudente não iniciar uma conversa.

Ollie enfim chegou e fizemos uma parada em um pub para tomar umas. De lá caminhamos uns 10 minutos até o estádio. Cumpre informar que existe uma estação de metro na porta do estádio, Fulhan Broadway, mas optamos pela anterior para fugir da muvuca, além de ser uma bela desculpa para beber no caminho.

Stamford Bridge é um estádio bem diferente dos outros importantes que conheci. Menor, mais velho e mais simpático. Tem poucas catracas e isso provoca enormes filas para entrar. A torcida do Chelsea espera pacientemente e calada.

Dentro, é muito parecido com os outros. Não faltam bares e banheiros. Nas arquibancadas a coisa está mais para estádio brasileiro do que para "Arena FIFA". As cadeiras em nada lembram as estofadas de Wembley ou do Emirates. É plástico do bons. O espaço para as pernas, também é reduzido. Ou seja, eu estava em casa !!! Contudo, a visibilidade, mesmo atrás do gol é ótima.

O leitor a partir desse momento deve considerar que, tudo que escreverei sobre comportamento de torcida, nada mais é que minha visão. Isso implica no fato de que pode estar equivocada, ou deturpada, já que meu benchmark é brasileiro. Posto vamos em frente.

A torcida dos Blues é mais vibrante que as do Arsenal e do Tottteham, mas nem chega perto dos escoceses. Como soi acontecer, no futebol B2B, apesar do estádio estar completamente lotado, só existia emoção atrás dos gols.












O centro do campo parece ser reservado para os bonecos de cera do Mme. Tussauds. Todo mundo imóvel. Os centrais devem pensar duas vezes antes de levantar a bunda do assento, já que pagam caro. Ou talvez, para não amarrotar a roupa. É, no futebol 100% profissional a bunda vale os olhos da cara! A imagem que vem à cabeça é a de uma perua que vai ver uma comédia e não ri para não estragar o bottox.

Sempre que assitia aos jogos do Chelsea via algumas bandeiras grandes tremulando nas arquibancadas centrais de Stamford Bridge e achava bacana. Hoje vi que era um equívoco. Quem balança as bandeironas são os gandulas! Não têm relação com o público. Elas ficam, na verdade, atrás das placas de publicidade e a frente das cadeiras e só são levantadas na hora do gol.

A torcida Hull City, toda de laranja, até que era barulhenta.
Não cantava muito, mas quando fazia podia ser ouvida.

Os Blues, não são de cantar, preferem gritos curtos. Se alguém puxa um grito, a maioria, atrás dos gols, não sei se por conta do futebol pobre do time, acompanha por ... um minuto. Depois disso, todos sentam e voltam a ver o jogo.


Ruins de grito e bons de palavrão. Os caras xingam a partida toda. Acho que quem chega mais cedo passa em algum quiosque na entrada e ao invés de comprar fogos ou bandeiras, compra um monte de "fucks" para soltar no estádio. O tipo deve chegar e dizer: "Me vende uns mil fucks, por que hoje eu estou mal humorado" ou "300 fucks normais para mim e mais 200 pequenos para o meu filho".

É um tal de fuck para cá, fuck para lá que, não acaba mais. Um dos gritos mais ouvidos na torcida é: "Come on, fuck Chelsea !". Fora isso, entre os xingamentos e os gritos, a galera corneta para cacete. Parecia as numeradas do Palestra. Isso por que eu estava no setor popular.

O jogo em si, para falar a verdade, não prestei muita atenção. Para mim é impossível torcer para outro time que não seja o Palmeiras. Além disso, o futebol do Chelsea não empolga ninguém. Então deixemos de lado. Finda a partida, o estádio esvaziou rapidamente, não sei como o povo consegue sair tão rápido por portões tão pequenos.

Optamos por caminhar de volta até West Brompton e fugir da confusão. Os trens vinham lotados e não teve como fugir do calor humano. Como esperei um trem um pouco mais vazio, tive que pegar um que não vinha diretamente para Notting Hill e isso me obrigou a fazer uma baldeação. No final tudo foi tranquilo. Um pouco mais demorado, é verdade, já que demorei uns quarenta minutos para chegar em casa. Foi uma experiência válida.

4 comentários:

Anônimo disse...

Muito legal sua visão sobre o jogo e o comportamento da torcida.
É interessante ver essa diferença entre os setores, exatamente como acontece por aqui.
Preferia o Chelsea quando eles eram os primos pobres daí. Depois que o gângster comprou o time e monta cada ano uma "seleção" mundial, o Chelsea perdeu seu encanto. E o futebolzinho deles é duro de assistir, hein ?

Tito disse...

Porra Fábio, assistir futebol aqui tá difícil. Por enquanto a curiosidade pelas diferenças ainda me faz sair de casa para ir ao estádio.

abs

Anônimo disse...

Pois é, Tito. Eu gostaria de assistir uns jogos muito mais pelos estádios e ver o comportamento das torcidas do que pelo futebol.
Além de Arsenal e Chelsea, como são os outros times da cidade em relação aos torcedores (Tottenham, Fulham e West Ham) ? Pq do Arsenal e do Chelsea vc não ficou muito animado.
Talvez seja melhor ver o clássico da segundona Crystal Palace x Queens Park. hehehe
abs

Tito disse...

O pior é que eu fui ver QPR X Ipswish. Torcida mortinha, mortinha, também! O futebol, se tivesse levado uma chuteira jogava, apesar dos 43 e da barriga!!! Rssssssss
Abs