Li hoje na Folha de São Paulo um texto que me foi a gota d’água. O colunista Fernando de Barros e Silva se soma a blogueiros como Ricardo Noblat, Reinaldo Azevedo e alguns outros colunistas de Globos, Folhas, Vejas e Estadões para lançar suspeita sobre toda a blogosfera progressista, que empresta apoio condicional ao governo Lula e à sua candidata a presidente.
Vale explicar que Barros e Silva aludiu a “blogueiros de aluguel” ligados a Dilma Rousseff e que estão apoiando Dunga só porque ele brigou com a imprensa.
Descartando-se o fato de que esses escribas empregados nos órgãos de imprensa supra mencionados refletem a importância que a blogosfera vem adquirindo ao atacarem dessa forma genérica, sem citar nomes, o fato é que levantam suspeita sobre todo e qualquer blogueiro que se enquadre no perfil que traçam.
Reinaldo Azevedo, blogueiro da Veja, aquele que costuma aparecer em fotos abraçado com José Serra, dividiu os “blogueiros de aluguel” entre aqueles que já teriam financiamento petista e aqueles que estariam “na fila” para conseguir dinheiro de políticos e de governos ligados ao PT.
Esse ataque acontece simplesmente porque a blogosfera já se tornou um obstáculo real à dissimulação do engajamento político partidário claro dos jornais, revistas, tevês e portais de internet que apóiam Serra. É aquela velha história de que ninguém chuta cachorro morto. Se atacam, é por que o discurso da blogosfera já se faz ouvir além do que consideram insignificante.
Para combater um ente que já o preocupa, o Partido da Imprensa Golpista tratou de publicar insinuações contra jornalistas como Luiz Carlos Azenha ou Luis Nassif na Folha, no Globo e em outros tentáculos do PIG. Faz tempo que publicou. Foram publicações isoladas simplesmente para dar ares de consistência às acusações de Azevedo, Noblat, Barros e Silva et caterva. Acusaram e depois nunca mais tocaram no assunto.
Só que os escribas do PIG, à diferença deste blogueiro, não citam nomes. Acusam da forma mais covarde e canalha que se possa conceber: genericamente. Por que? Porque não têm provas de nada, ora. Os blogueiros progressistas supra mencionados têm contratos legítimos ou com a EBC ou com quem presta serviços a ela. Nada acharam de irregular nesses contratos, do contrário já teriam denunciado.
Como não têm o que dizer, fizeram insinuações contra eles e depois passaram a atacá-los sem lhes citar os nomes. E, inclusive, incluindo blogueiros que estariam “na fila”, ou seja, aqueles que, como eu, não têm contrato com ninguém, até porque não vivo de blogar nem de jornalismo e nem pretendo viver, pois não vou abandonar uma carreira de 30 anos no meu ramo de atividade por uma aventura como um jornalista que não sou.
Aliás, já me investigaram a vida. No blog antigo, chegaram a postar comentário com dados pessoais meus, provavelmente pensando que iriam me intimidar. Mas nada acharam que me vinculasse ao PT, ao governo ou a dinheiro público simplesmente porque sou apenas um cidadão que faz o que acha correto.
Então, dizem que blogueiros que não vêem a cor de dinheiro público estariam “na fila” da mesma forma que põem sob suspeita blogueiros que possam ter algum contrato que resulte em dinheiro oriundo dos cofres públicos, mesmo sendo por meios e formas completamente legais e inquestionáveis.
É uma tática nazista da mídia tucana. Tenta impedir a sobrevivência econômica de jornalistas tarimbados e com currículos densos no ofício que abraçaram. É uma atitude vil de tentar impedir opositores de sobreviverem e também de caluniar pessoas que nem mesmo precisam de jornalismo para sobreviver, como é o meu caso.
Repetem e repetem e repetem a acusação covarde e genérica sobre “blogueiros de aluguel” para tentar carimbar aqueles que se opõem aos serviços políticos que Globos, Folhas, Vejas e Estadões prestam a Serra e ao PSDB.
Quem for honesto consigo mesmo não pode comprar acusações genéricas, sem citar nomes, feitas por quem, não tendo do que acusar aqueles aos quais se opõem, usam essa tática que, repito, é nazista, inspirada na tática do ministro da propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, de repetir mentiras incessantemente na intenção de que passem a ser aceitas como verdades.
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