quarta-feira, 16 de junho de 2010

Brazil-zil-zil; The Match

Sempre assisti ao jogos de Copa do Mundo com amigos. Um monte de gente reunida, torcedores de tudo que é time que, faziam por três horas o exercício de empurrar juntos a seleção canarinho. Mas minha realidade mudou. Estou longe dos velhos companheiros, do batuque e dos rojões. 

O primeiro jogo fora do país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza foi em um pub tipicamente inglês, com meu amigo Ollie. No caminho, em Harlesden, reduto luso-brasileiro, encontrei vários patrícios com suas camisas amarelas e bandeiras. Deu coceira de ficar por ali, contudo, manda a tradição. Quem paga a conta escolhe o lugar. Meu britânico amigo pagaria pelos gorós para celebrar my B-Day e escolheu o Island, em Kensal Rise.

Chegamos no pub às sete e nessa meia hora para o início da peleja, aproveitamos para esquentar os motores com o bom e velho whisky. O bar estava quase vazio. Apenas mais um torcedor com camisa do Brasil. Era africano. Ollie fez emocionada declaração de que a seleção brasileira era, para ele, os Harlem Globetrotters do Futebol e lembrou 1982. Emocionei. 

No pontapé inicial a casa estava cheia ... de ingleses. Gente sentada de costas para o telão, conversando baixinho. Outros no celular e alguns assistindo o jogo. No primeiro ataque perigoso, só eu levantei e fiz uuuuuuuuuuuuh. Mais um  Black Label duplo, por favor.

O futebol do time de Dunga deixou a desejar e não ajudou a mudar o quadro dentro do Island. Alguns pequenos torcedores chegaram uniformizados. Eram loirinhos e falavam inglês sem sotaque. Também torciam para os tais Globetroters. Ollie vibrava com as pedaladas de Robinho, mesmo que não resultassem em nada. Para mim era um tédio. Eu não aguento mais assistir jogos de time sem tesão, futebol modorrento de quem acha que ganha o jogo no momento que quiser e que um a zero é suficiente. E tome whisky!

Veio o primeiro gol e quase ninguém comemorou. A maioria preferiu dar risada da falha do goleiro coreano. No segundo, um oooooooooooh de admiração pelo passe de Robinho e palmas. Não faltaram aplausos para o gol dos esforçados norte coreanos, também. Nem soou o apito final, o telão foi desligado e a música começou a tocar, afinal terminava só mais um dos sessenta e tantos jogos da competição.

Very bored, propus para meu amigo tomarmos a saideira em Harlesden, no meio da brasileirada. Quando chegamos, não tinha mais ninguém. Meia hora depois do jogo, o clube estava às moscas e uns gatos pingados dançavam forró. Para completar, não tinha whisky. Só restava voltar para casa, onde minha filhota me esperava para ir dormir.


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