quinta-feira, 27 de maio de 2010

A Babel Verde ...

Juro, sentei três vezes desde a manhã de hoje, para tentar escrever algo sobre o jogo de ontem. Não consegui. O sentimento seria até normal depois de uma derrota para as leonores, só que o buraco é mais embaixo.


O que escrever sobre um bando de jogadores que dão entrevistas falando em vitória, luta e superação e depois jogam como time pequeno rezando para conseguir empatar com o “esquadrão” adversário. Bando de gente sem brios que foi incapaz de reclamar quando, mais uma vez, o inimigo fez seu gol em jogada irregular ou que não conseguem acertar pênaltis?

O que escrever mais sobre a diretoria? Cada um fala uma coisa, confundem o torcedor e vão empurrando tudo com a barriga até o final de agosto quando fecha a tal janela de e para o exterior.

O que escrever sobre o técnico interino que afirma ser amante do bom futebol e coloca o time na retranca?

Infelizmente, somando a forma de atuar de jogadores, da diretoria e do técnico, vemos o tamanho das pretensões dessa Torre de Babel, onde as palavras e os atos se desmentem. Sobre o tema, melhor escrevem Ademir e Seo Cruz:

Pobre Palmeiras, Pobre Torcedor Palmeirense
Por Ademir Castellari, via Divino

Não fosse o fato de estarmos há anos – o que se chama de tabu – sem vencer naquele privadão, não fosse o fato daquele time covarde não ter vencido clássico algum há sete meses, nada me faria crer que o Verdão ontem venceria o “clássico” no Morumbi. Nada! Mas, eu acreditei. Fui enganado novamente. Mas, é que sou um crédulo, pois os fatos – todos eles – apontavam para mais uma derrota de nosso time. Vejamos.

Como esperar uma vitória de um time que insiste – e insiste, vale ressaltar – em perder pênaltis. Me parece que são apenas dois certos nos últimos nove cobrados?

Como esperar a vitória de uma equipe que tem um único armador no elenco – sim, único, pois Lincoln é meia/atacante – e ele vive se machucando, e quando isso acontece temos que ver o técnico – aquele que disse gostar de futebol ofensivo – colocar em seu lugar um volante que tem no passe errado a sua maior virtude? Quando entra um armador no time, para substituir o que se machucou, ele atende pelo nome de Ivo. Convenhamos que é muito pouco para crer em uma vitória mesmo contra o Grêmio Barueri.

Como esperar a vitória de uma equipe que não conta no elenco com nenhum centroavante de ofício? Conta sim, pois lá está o Paulo Henrique. O problema é que como ele nunca é utilizado parece que não contamos com esse ‘homem gol’. Se é para não usar porque veio?

Como esperar a vitória de uma equipe que por falta de planejamento lança mão de um garoto das categorias de base, que não tem nem dezessete anos ainda, como esperança de gols, esses que andam tão raros – exceção do último sábado – para o nosso lado ultimamente? Não que eu seja contra aproveitar garotos da base, pelo contrário, mas é que em momentos como o que vivemos – de seca de gols, de ruindade, de elenco fraco – não dou o direito da comissão técnica e da diretoria de ‘jogar o garoto às feras’ e queimar quem possa vir a ser um bom jogador no futuro. Eles não têm esse direito.

Como esperar a vitória de uma equipe que não tem um técnico em seu banco de reservas. Sim, não tem, pois com todo respeito ao Parraga, que pode ter lá suas qualidades, não é o Palmeiras uma “Santa Casa da Misericórdia”, onde interinos se firmarão, mesmo que aos cinqüenta e nove anos de idade, como treinadores que nunca foram. Não é o Palmeiras uma “instituição de caridade” onde treinadores estagiários ganharão experiência para se firmarem no ‘profissional’ mundo do futebol.

Como esperar a vitória de uma equipe que não tem uma diretoria. Aliás, equipe que tem um amontoado de diretores que mostram sua incompetência diuturnamente, que não se entendem e não entendem a grandeza da instituição que dirigem. Apenas pensam em galgar postos mais altos na hierarquia Palestrina. O problema é que daqui a pouco estes mesmo apequenaram tanto essa instituição que nem mesmo eles vão querer dirigir a “Lusa das Perdizes” em que vem transformando o Palmeiras.

Enfim, apenas nós – os torcedores – de novo presentes ontem, como sempre fazemos, naquele ambiente inóspito, de novo sob chuva, para acreditar em uma vitória. Creio até que muitos dos que lá estavam também não acreditavam na vitória, estavam lá por uma missão, aquele de que já tratei aqui, uma missão que foi nos passada por nossos antepassados, a missão de continuar a mística – que essa diretoria vem jogando na lata do lixo – do time dos “italianinhos”.

Por falar nisso, somente mais dois comentários.

O primeiro é o desencontro de informações vindos dessa diretoria. Cipullo descarta, Del Grande confirma, Beluzzo se cala. Felipão não vem; pode vir; quem é Felipão? Kléber não virá; vem; Kléber?

O segundo é sobre a bomba que explodiu no meio da torcida do Palmeiras e que nossa diretoria de ‘gentlemen’ disse não ser culpa ‘dos donos da casa’. Só para refrescar a memória de nossa dileta diretoria, desses signori que nos dirigem, vale lembrar que a pouco tempo atrás, no famoso caso do gás, ameaçaram nosso estádio de interdição, a polícia interveio, a imprensa nos condenou antecipadamente, os Leonores nos humilharam. Agora, nossos excelentes dirigentes, deixarão passar mais esse ato de hostilidade vindo do inimigo.

Estão ou não se rebaixando – e nos rebaixando? Mas, só para lembrar de novo, lá no interior, os italianos – não tão excelentes como os daqui, mas mais talhados em reconhecer quem lhes humilha, pois foram forjados nas lavouras de cafés, humilhados por esses mesmos que nos humilham aqui: os barões do café – sempre disseram, e educaram os seus (eu um deles), que quem muito se abaixa mostra os fundilhos!

Pobre Palmeiras!
Pobre torcedor Palmeirense!
Queremos jogador!
Queremos técnico!
Queremos uma diretoria que honre nossas tradições!

Falta qualidade…

Por Seo Cruz, via Cruz de Savóia

E o óbvio, enfim, vai se fazendo presente

Não dá nem para reclamar do gol irregular (ou da adiantada da Borboleta no penal), se a passividade do juíz não chega perto da nossa, em campo. Madame recuou seu time da maneira covarde que sempre faz, especialmente depois do gol – e eu pergunto: e daí?

Não fomos para cima, não acertamos três passes seguidos no meio-campo e não oferecemos real perigo em nenhum momento do jogo – nem mesmo na hora do pênalti. Mexemos mal, nos comportamos feito respeitosos visitantes e nos conformamos com um resultado que parecia…. óbvio! Pelo menos na cabeça deste elenco.

A vitória em um clássico desses (ainda que fosse ilusória) traria esperanças para o Palmeirense. Esperanças de melhorar o astral antes da parada do Brasileirão, esperanças de que conseguíssemos arrumar o time até o final da Copa do Mundo…

Pelo jeito, nada disso vai acontecer. Deus que me livre, mas aumenta o sentimento de impotência que nos remete a cada dia para o clima de 2002. Agora vamos em frente: vamos de Parraga, Cipullo e a Rainha da Inglaterra, todos comandando um dos times mais pífios que já ostentamos em muito tempo.

Vamos ver até onde esses iluminados nos levarão; sem moral, sem time e sem estádio. Parabéns a todos os envolvidos.

2 comentários:

Raulzito disse...

Fala Tito,
Cara, esperar o que desse timeco? Pela merda de time que temos até que foram bem. Precisamos de jogadores, técnico e competencia no comando.
Abração!!!!!!!!!

Tito disse...

É, meu caro!
abs