Pilotos e comissários de bordo da companhia aérea British Airways decidiram entrar em greve do dia 22 de dezembro até 2 de janeiro.
A decisão foi tomada em uma assembléia dos funcionários. Eles reclamam de cortes de vagas e mudanças nos contratos de trabalho.
"Não é preciso dizer que foi com pesar que tomamos esta decisão de atrapalhar passageiros e clientes durante o período de Natal", disse Len McCluskey, um dos diretores do sindicato Unite, que representa a categoria.
McCluskey disse ainda que o sindicato está disposto a manter as negociações.
No entanto, o presidente da British Airways, Willie Walsh, disse que a decisão dos funcionários era "cínica" e demonstrava "falta de consideração com nossos clientes, com nossa empresa e com outros funcionários".
Passageiros
Walsh disse que a companhia fará todo o possível para limitar os efeitos da greve.
Em um comunicado, a British Airways informou que clientes com passagens marcadas para os dias da greve, assim como nas 48 horas antes ou depois dessas datas, poderão remarcar suas passagens para outro voo da companhia nos próximos 12 meses, sem cobrança de taxas extras.
A companhia também afirma que irá avisar seus clientes sobre mudanças nos voos por meio de email ou SMS.
Ainda não está claro, porém, com que gravidade a greve vai afetar os passageiros, que voos serão cancelados ou que tipo de indenização os clientes prejudicados poderão receber.
O editor de viagens do jornal britânico The Independent, Simon Calder, disse que os passageiros afetados podem ter dificuldades em mudar seus planos de viagem.
"Isso vai custar a um milhão de pessoas suas viagens de Natal", disse Calder. "Não há mais assentos livres na maioria das outras companhias aéreas, e caso você consiga uma passagem, vai custar uma fortuna."
A greve foi motivada por mudanças implementadas pela empresa em novembro. A British Airways reduziu o número de tripulantes em voos de longa distância de 15 para 14 e congelou os salários por dois anos.
O sindicato diz que os cortes envolvem importantes mudanças contratuais para os funcionários de bordo.
A British Airways afirma que precisa cortar gastos urgentemente. No mês passado, a empresa revelou perdas de 292 milhões de libras (cerca de R$ 831 milhões) no primeiro semestre e anunciou que terá de cortar mais 1,2 mil vagas.