Vou pegar o gancho do meu amigo Marco Mello e me permitir escrever ficção. A minha estória usará um filme, daqueles meia-boca, para ilustrar o tema. Trata-se de Sociedade Secreta (The Skulls/2000). O roteiro é, como o título em português diz, sobre uma confraria de poderosos.
Um poder paralelo capaz de influenciar governos e corporações com a finalidade de benefícios próprios. Em suma, Assegurar que nada mudará para pior, só para melhor: "Para o alto e avante" - Como diria o Super Homem.
Narrarei as peripércias de um grupo semelhante. Ao invés de viver e tentar governar a America, eles atuavam mais para baixo da linha do Equador, em uma terra que já foi cantada como "Sambadrome Nation".
Os Skulls fizeram fortunas inimagináveis. Toda a sorte de negociatas eram feitas sob as asas do poder militar. Cada vez mais e melhor. Da noite para o dia, alguns viraram banqueiros, pequenas indústrias se transformaram em corporações e jornais viraram redes de comunicação. Poucos eram os políticos eleitos que não faziam parte da irmandade, tanto do lado da situação, quanto da oposição.
Contudo, o mundo começou a mudar. Pressões externas e falta de lideranças militares colocaram o projeto em risco. Resolveram então liberar os militares e passaram a administrar a nação. Alguns ex-inimigos com potencial foram recrutados. Era preciso passar a impressão de que Sambadrome havia se tornado uma democracia.
O canto da sereia levou muita gente tida como diferente para o lado negro. Outros, foram inocentes úteis, joguetes de momento, sempre que necessários. Uma oposição verdadeira e popular até foi aceita, para passar uma boa imagem para o mundo. Tudo caminhava para a manutenção do poder Skull por séculos e séculos.
Mas a empáfia cobrou seu preço. Em certo tempo, houve uma eleição onde o movimento popular colocou seu líder em condições de igualdade contra o candidato da sociedade secreta e eles foram obrigados a agir. Calúnias e desinformação pulularam na imprensa. Tiveram êxito, naquele instante.
Mas, o estrago estava feito. Muita gente, até então, influenciada pelo poder dos formadores de opinião ficou com a pulga atrás da orelha. A liderança popular era um fato e não poderia ser eliminada à moda dos anos de chumbo, sob pena de levante. A troca de poder era questão de tempo.
Como a ganância não tem fim. Resolveram então sacrificar seu presidente eleito que, representava um projeto pequeno e pessoal. Uma estratégia para quinze anos foi criada por antigos e Neo-Skulls. A estrutura estatal foi desmontada e privatizada para permitir que, parte do dinheiro sujo acumulado por décadas e décadas pudesse vir à tona. A imprensa cuidava de vender a nova ordem como modernidade. Os "Crânios" tentaram se preparar para a iminente perda do poder político.
E chegou o dia de deixarem o trono em Sambadrome. O "Escolhido" foi eleito. A sociedade secreta teve que engolir o sapo. A tática agora era fazer esse período fora do poder, o mais curto possível.
Para isso, informantes foram enviados para partidos políticos alinhados com o governo. Agentes duplos com a missão de criar instabilidade. A opinião pública seria bombardeada com toda a sorte de escândalos. Uns verdadeiros e outros falsos. Contudo, o projeto econômico/social do governo popular sobrepujou todo o esquema e o Escolhido teve índices de aceitação nunca vistos antes.
Aconteceu uma não programada reeleição. Pior, seu poder de influência política era tão grande que, a possibilidade de retorno dos Skulls ao poder foi ficando remota.
Pior para eles. De tanto usar os meios de comunicação para desestabilizar o governo adversário, perderam a credibilidade. Várias tentativas torpes de criar novos escândalos foram por terra. A sociedade secreta estava completamente atolada no lamaçal que havia criado e sem muita perspectiva de sair dali.
Mas esta parte da estória ainda está sendo escrita ...
Mais tarde, amanhã ou depois, contarei a fábulas dos Skulls no futebol de Sambadrome.
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