quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A Sociedade do Crânio



Vou pegar o gancho do meu amigo Marco Mello e me permitir escrever ficção. A minha estória usará um filme, daqueles meia-boca, para ilustrar o tema. Trata-se de Sociedade Secreta (The Skulls/2000). O roteiro é, como o título em português diz, sobre uma confraria de poderosos.

Um poder paralelo capaz de influenciar governos e corporações com a finalidade de benefícios próprios. Em suma, Assegurar que nada mudará para pior, só para melhor: "Para o alto e avante" - Como diria o Super Homem.

Narrarei as peripércias de um grupo semelhante. Ao invés de viver e tentar governar a America, eles atuavam mais para baixo da linha do Equador, em uma terra que já foi cantada como "Sambadrome Nation".


Sambadrome era uma das muitas repúblicas governadas por generais. Porém, as mesmas mãos que eram de ferro e intolerantes para com o povo, acariciavam suavemente os "Crânios". A sociedade, em contrapartida, como tinha o domínio sobre a informação e o poder político nas cidades e províncias, cuidava de manter o povo dócil.

Os Skulls fizeram fortunas inimagináveis. Toda a sorte de negociatas eram feitas sob as asas do poder militar. Cada vez mais e melhor. Da noite para o dia, alguns viraram banqueiros, pequenas indústrias se transformaram em corporações e jornais viraram redes de comunicação. Poucos eram os políticos eleitos que não faziam parte da irmandade, tanto do lado da situação, quanto da oposição.

Contudo, o mundo começou a mudar. Pressões externas e falta de lideranças militares colocaram o projeto em risco. Resolveram então liberar os militares e passaram a administrar a nação. Alguns ex-inimigos com potencial foram recrutados. Era preciso passar a impressão de que Sambadrome havia se tornado uma democracia.

O canto da sereia levou muita gente tida como diferente para o lado negro. Outros, foram inocentes úteis, joguetes de momento, sempre que necessários. Uma oposição verdadeira e popular até foi aceita, para passar uma boa imagem para o mundo. Tudo caminhava para a manutenção do poder Skull por séculos e séculos.

Mas a empáfia cobrou seu preço. Em certo tempo, houve uma eleição onde o movimento popular colocou seu líder em condições de igualdade contra o candidato da sociedade secreta e eles foram obrigados a agir. Calúnias e desinformação pulularam na imprensa. Tiveram êxito, naquele instante.

Mas, o estrago estava feito. Muita gente, até então, influenciada pelo poder dos formadores de opinião ficou com a pulga atrás da orelha. A liderança popular era um fato e não poderia ser eliminada à moda dos anos de chumbo, sob pena de levante. A troca de poder era questão de tempo.

Como a ganância não tem fim. Resolveram então sacrificar seu presidente eleito que, representava um projeto pequeno e pessoal. Uma estratégia para quinze anos foi criada por antigos e Neo-Skulls. A estrutura estatal foi desmontada e privatizada para permitir que, parte do dinheiro sujo acumulado por décadas e décadas pudesse vir à tona. A imprensa cuidava de vender a nova ordem como modernidade. Os "Crânios" tentaram se preparar para a iminente perda do poder político.

E chegou o dia de deixarem o trono em Sambadrome. O "Escolhido" foi eleito. A sociedade secreta teve que engolir o sapo. A tática agora era fazer esse período fora do poder, o mais curto possível.

Para isso, informantes foram enviados para partidos políticos alinhados com o governo. Agentes duplos com a missão de criar instabilidade. A opinião pública seria bombardeada com toda a sorte de escândalos. Uns verdadeiros e outros falsos. Contudo, o projeto econômico/social do governo popular sobrepujou todo o esquema e o Escolhido teve índices de aceitação nunca vistos antes.

Aconteceu uma não programada reeleição. Pior, seu poder de influência política era tão grande que, a possibilidade de retorno dos Skulls ao poder foi ficando remota.

Pior para eles. De tanto usar os meios de comunicação para desestabilizar o governo adversário, perderam a credibilidade. Várias tentativas torpes de criar novos escândalos foram por terra. A sociedade secreta estava completamente atolada no lamaçal que havia criado e sem muita perspectiva de sair dali.

Mas esta parte da estória ainda está sendo escrita ...

Mais tarde, amanhã ou depois, contarei a fábulas dos Skulls no futebol de Sambadrome.

Nenhum comentário: