Esporte nunca foi uma das prioridades da sociedade secreta. Intervinham vez ou outra no futebol, para dar um título ou arrumar patrimônio para alguns clubes "filiados". A intenção era criar visibilidade para membros, dentro do projeto político, nada mais. Se a fraternidade como instituição não se envolvia, alguns iniciados, por sua vez, fizeram carreira em clubes. Não como jogadores, claro. Como dirigentes.
Nos tempos de chumbo do regime militar, um dos meios de propaganda da ditadura era o futebol. Em uma província, conhecida como a "locomotiva da nação", o governo local não media esforços para tornar o "clube símbolo" uma potência.
Campeonatos foram ganhos e um estádio foi construído por decreto. Tudo para criar uma imagem de supremacia que, dentro do projeto político Skull, é muito importante. Afinal, eram essas demonstrações de força e poder que inibiam os opositores e convenciam o eleitorado.
Clube capitalizado, garantia de benesses vindas de todos os lados e todas as formas, os vinte anos seguintes foram férteis.
Mas um forte concorrente, considerado abatido, criou uma maneira de reverter a situação; Associou-se a uma grande empresa internacional e juntos criaram times muito fortes e começaram a ter sucesso. A parceria dava resultados dentro e fora dos campos, já que a tal empresa com a imagem atrelada a um tradicional time de futebol e aos êxitos esportivos cresceu de maneira vertiginosa no mercado.
Isso era demais para os Crânios. A força esportiva e o sucesso comercial da empreitada adversária incomodavam e atrapalhavam seus projetos econômicos. Muitas empresas familiares de membros da irmandade foram compradas pelos estrangeiros. O orgulho dos Skull estava ferido. Para piorar a situação, outro time tradicional e popular seguia na mesma linha.
A reação veio. Com a força dos meios de comunicação e o poder político do país, criaram a necessidade de reformas na estrutura do esporte. Para isso, utilizaram a imagem de célebres ex jogadores. Inocentes úteis, acredito. Veio a nova ordem no esporte, aproveitando o modelo europeu.
Os atletas deixaram de ser "propriedade" dos clubes e passaram a ter as carreiras administradas por agentes. O interesse de empresas nos lucros do futebol acabou. O resultado foi uma terra devastada.
Os tais agentes se tornaram os grandes protagonistas. Para a sociedade secreta isso foi muito bom, negociar com gente sem escrúpulos e sem vínculos emocionais com o esporte era muito mais fácil. Vários desses "empresários" foram cooptados para trabalhar como testas-de-ferro dos Skulls.
Em pouco tempo, o clube símbolo estava devidamente aparelhado e a idéia da supremacia voltou com força. Contudo, a mesma soberba que atrapalhou os planos políticos dos Crânios, se fez presente no futebol. A imprensa já não tinha tanto poder de influência e os métodos tradicionais de obter sucesso, foram ficando óbvios demais e começaram a levantar suspeitas.
Começou a ventar em Sambadrome. O vento foi aumentando, aumentando ... e o castelo de areia dos Skulls cada vez mais vai sofrendo ...
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