terça-feira, 11 de novembro de 2008

R.E.M. no Via Funchal

The One I Love
.
.
This one goes out to the one I love.
.
Este post vai para uma das bandas top 10 dos meus 36 anos de rock & roll. (E se você não gosta disso, não perca o seu tempo)
.
Porque eu ganhei o meu: acabo de chegar do show em São Paulo do R.E.M. Há 27 anos gravando, há 23 anos fazendo minhas sonoras trilhas.
.
Com quatro amigos da mesma data, pulamos feito os tantos jovens que sabiam todas as letras dos últimos 14 anos do R.E.M. Algumas que mal conheço o refrão.
.
Quando a banda de Athens atacou oldies but goodies dos primeiros excepcionais LPs (sim, os CDs ainda eram incipientes), eu e poucos descabelados e destelhados cantavam os detalhes. Para o silêncio reverente dos mais jovens.
.
Para quem não foi, vá. Ou tente ver tudo que os ainda mais vovôs que eu sabem fazer no palco, tudo que eles nos deixaram mais ricos desde 1981.
.
Mas vá com o espírito armado e amado. Esqueça as diferenças de idade. Curta suas preferidas sem ouvir este vovô chato que parece só gostar do R.E.M. até, digamos, 1994, até "Monster" - o CD.
.
Se você é um jovem que ouve o R.E.M deste século, tudo bem. Vá ouvir algumas 187 canções piores que as da minha juventude. Mas ainda superiores a muita das coisas lançadas nos últimos minutos.
.
Vá e esqueça este velho.
.
Porque estou fazendo com este show tudo que me irrita dos meus caríssimos colegas de ofício que só parecem gostar do que já foi, do que não tem volta - mesmo tendo sido brilhante, mesmo tendo sido realmente melhor.
.
Vá e se divirta com algumas das cinco boas novas canções do "Accelerate", novo CD. "Hollow Man", por exemplo, é muito boa, e funcionou bem demais no show. "Bad Day", de 2003, idem. "Ignoreland" ganhou no palco o peso que - para mim - não tinha, mesmo sendo das antigas - 1992.
.
A menina ao lado que cantava todas as últimas de cor e salteado, ficou quieta na maravilhosa rendição de "Rockville", do segundo álbum.
.
Conflito de gerações.
.
Da minha turma que trocaria quase todas as novas por "Perfect Circle", "Radio Free Europe", "Sitting Still", "Shaking Through" (todas do debut "Murmur", de 1983), "So. Central Rain" e "Harborcoat", do "Reckoning", de 1984.
.
E mais "Superman", "The Flowers of Guatemala" e "I Believe"; e "Hairshirt", "Get Up" e "Stand"; e "Me in Honey", "Country Feedback" e "Half a Word Away"; e "Nightswimming", "The Sidewinder Sleeps Tonight" e "Find The River"; e "I Walked with a Zombie"; e "Strange Currencies"; e "New Test Lepper" e "Be Mine"; e "At My Most Beautiful";
.
E mais tantas que não couberam. Porque o R.E.M. não é banda para agradar comercialmente. Eles gostam de ousar. De tocar o que para eles interessa - por mais que tenham feito um show para qualquer fã, de qualquer idade.
.
Eles só concederam quando tocaram "Losing My Religion" como se fosse, de fato, "Automatic for the People". No mais, suaram a camisa.E borraram minha visão com "Fall on Me".
.
A mais bela e concisa balada da banda para este que vos tecla e que, honestamente, não esperava ouvi-la algiuma vez na vida.
.
Foi a quarta canção.
.
E, para mim, a noite estava ganha. Para não dizer o ano. Coisa de velho bobo e babão. Sei.
.
Mas é só pra provar que aquela que amo brilhou a noite como "The One I Love" botou FIIIIIIIIRE! no Via Funchal.Só para provar que (ainda) não é o fim do mundo, como urramos no clássico de 1987 que chacoalhou o planeta. Mas que todos nós sentimos "Fine".
.
.
R.E.M. Hoje, 11 de Novembro de 2008
.
Abertura: Wilson Sideral
.
.
Via Funchal
Rua Funchal, 65 - Vila Olímpia - São Paulo - Show on Map
.
Tel: 0/XX/11/3188-4148
Web: http://www.viafunchal.com.br/
.
$ Ingressos $
Pista VIP (espaço mais próximo do palco, em pé): R$ 500
Pista: R$ 200
Mezzanino: R$ 300
Camarote: R$ 500
.
.

Nenhum comentário: