The One I Love
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Por Mauro Beting
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Este post vai para uma das bandas top 10 dos meus 36 anos de rock & roll. (E se você não gosta disso, não perca o seu tempo)
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Porque eu ganhei o meu: acabo de chegar do show em São Paulo do R.E.M. Há 27 anos gravando, há 23 anos fazendo minhas sonoras trilhas.
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Com quatro amigos da mesma data, pulamos feito os tantos jovens que sabiam todas as letras dos últimos 14 anos do R.E.M. Algumas que mal conheço o refrão.
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Quando a banda de Athens atacou oldies but goodies dos primeiros excepcionais LPs (sim, os CDs ainda eram incipientes), eu e poucos descabelados e destelhados cantavam os detalhes. Para o silêncio reverente dos mais jovens.
.Para quem não foi, vá. Ou tente ver tudo que os ainda mais vovôs que eu sabem fazer no palco, tudo que eles nos deixaram mais ricos desde 1981.
.Mas vá com o espírito armado e amado. Esqueça as diferenças de idade. Curta suas preferidas sem ouvir este vovô chato que parece só gostar do R.E.M. até, digamos, 1994, até "Monster" - o CD.
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Se você é um jovem que ouve o R.E.M deste século, tudo bem. Vá ouvir algumas 187 canções piores que as da minha juventude. Mas ainda superiores a muita das coisas lançadas nos últimos minutos.
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Vá e esqueça este velho.
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Porque estou fazendo com este show tudo que me irrita dos meus caríssimos colegas de ofício que só parecem gostar do que já foi, do que não tem volta - mesmo tendo sido brilhante, mesmo tendo sido realmente melhor.
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Vá e se divirta com algumas das cinco boas novas canções do "Accelerate", novo CD. "Hollow Man", por exemplo, é muito boa, e funcionou bem demais no show. "Bad Day", de 2003, idem. "Ignoreland" ganhou no palco o peso que - para mim - não tinha, mesmo sendo das antigas - 1992.
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A menina ao lado que cantava todas as últimas de cor e salteado, ficou quieta na maravilhosa rendição de "Rockville", do segundo álbum.
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Conflito de gerações.
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Da minha turma que trocaria quase todas as novas por "Perfect Circle", "Radio Free Europe", "Sitting Still", "Shaking Through" (todas do debut "Murmur", de 1983), "So. Central Rain" e "Harborcoat", do "Reckoning", de 1984.
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E mais "Superman", "The Flowers of Guatemala" e "I Believe"; e "Hairshirt", "Get Up" e "Stand"; e "Me in Honey", "Country Feedback" e "Half a Word Away"; e "Nightswimming", "The Sidewinder Sleeps Tonight" e "Find The River"; e "I Walked with a Zombie"; e "Strange Currencies"; e "New Test Lepper" e "Be Mine"; e "At My Most Beautiful";
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E mais tantas que não couberam. Porque o R.E.M. não é banda para agradar comercialmente. Eles gostam de ousar. De tocar o que para eles interessa - por mais que tenham feito um show para qualquer fã, de qualquer idade.
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Eles só concederam quando tocaram "Losing My Religion" como se fosse, de fato, "Automatic for the People". No mais, suaram a camisa.E borraram minha visão com "Fall on Me".
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A mais bela e concisa balada da banda para este que vos tecla e que, honestamente, não esperava ouvi-la algiuma vez na vida.
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Foi a quarta canção.
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E, para mim, a noite estava ganha. Para não dizer o ano. Coisa de velho bobo e babão. Sei.
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Mas é só pra provar que aquela que amo brilhou a noite como "The One I Love" botou FIIIIIIIIRE! no Via Funchal.Só para provar que (ainda) não é o fim do mundo, como urramos no clássico de 1987 que chacoalhou o planeta. Mas que todos nós sentimos "Fine".
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.Abertura: Wilson Sideral
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Via Funchal
Rua Funchal, 65 - Vila Olímpia - São Paulo - Show on Map
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Tel: 0/XX/11/3188-4148
Web: http://www.viafunchal.com.br/
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Via Funchal
Rua Funchal, 65 - Vila Olímpia - São Paulo - Show on Map
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Tel: 0/XX/11/3188-4148
Web: http://www.viafunchal.com.br/
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$ Ingressos $
Pista VIP (espaço mais próximo do palco, em pé): R$ 500
Pista: R$ 200
Mezzanino: R$ 300
Camarote: R$ 500
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