por Ademir Castellari, via Divino
Hoje o jornal O Estado de São Paulo apresenta uma matéria em seu caderno de esportes, de página inteira, noticiando que existe um projeto na câmara municipal de São Paulo (PL 564/06) determinando que, veja só: OS EVENTOS ESPORTIVOS EM SÃO PAULO TÊM QUE TERMINAR ATÉ AS 23H15. Lógico que esse em São Paulo, em se tratando da CâmaraMUNICIPAL de São Paulo, quer dizer NA CIDADE DE SÃO PAULO.[assinantes podem acessar a matéria clicando aqui e aqui].
Hoje o jornal O Estado de São Paulo apresenta uma matéria em seu caderno de esportes, de página inteira, noticiando que existe um projeto na câmara municipal de São Paulo (PL 564/06) determinando que, veja só: OS EVENTOS ESPORTIVOS EM SÃO PAULO TÊM QUE TERMINAR ATÉ AS 23H15. Lógico que esse em São Paulo, em se tratando da CâmaraMUNICIPAL de São Paulo, quer dizer NA CIDADE DE SÃO PAULO.[assinantes podem acessar a matéria clicando aqui e aqui].
Explicando melhor: os jogos de futebol, por exemplo, não poderiam mais começar em horários pornográficos, feito esses que nos impõe por causa da novela, do Big Brother; da malfadada grade da emissora câncer. Jogos 21h50, terminando depois da meia noite, se aprovado o projeto, nunca mais.
Polêmica instaurada. Rede Globo contra, é lógico; FPF, através de seu (in)competente presidente, Marco Polo Del Nero, fazendo coro com a emissora câncer. Alguns clubes a favor, outros contra.
Chamam a atenção alguns detalhes da matéria: 1) O digníssimo presidente da FPF, para justificar o seu lado na briga, se utiliza de números. Diz o nobre presidente da FPF que possui um estudo que mostra que jogos envolvendo os grandes clubes às 21h50 têm uma média maior de público que as partidas realizadas em outros horários; 2) Del Nero, parecendo o diretor comercial da Rede Câncer, justifica que a emissora tem uma grade de programação e que paga pelos campeonatos (“papel importante no futebol”); caso aprovado o projeto Del Nero ameaça levar os jogos para outras praças.
Não vou nem comentar a posição do mandatário da FPF, pois com certeza ele tem seus interesses no caso, acredito até que alguns NÃO REPUBLICANOS.
O que me chama mais a atenção na matéria é a posição dos quatro grandes de São Paulo. Corinthians e Santos são contrários ao projeto, ou seja, querem jogos terminando de madrugada; São Paulo e Palmeiras são favoráveis ao projeto de lei e querem jogos em horários que respeitem os torcedores, não só os interesses comerciais da Rede Câncer.
Não estranho a posição do ‘moderníssimo’ presidente do time da baixada santista, afinal ele é tão diferenciado que ao majorar o preço dos ingressos para os jogos de sua equipe sacou da manga a desculpa do espetáculo do ‘Cirque Du Soleil’. Me estranha Andrés Sanchez, do Corinthians, que tem uma torcida numerosa e que – em sua maioria – reside nas zonas periféricas da capital, dependendo do escasso e precário transporte coletivo da capital paulista. Não que as outras equipes não tenham torcedores do mesmo perfil, mas é que – nesse caso – ele é a voz dissonante. [leia o que o Barneschi escreveu sobre o presidente do Santos, o aumento dos ingressos e o tal circo clicando aqui].
Ao final da matéria, o presidente do Palmeiras, que vinha tão bem, e o presidente do Corinthians, que já vinha derrapando ao apoiar a ‘emissora dona do futebol brasileiro’, mais uma vez se esquecem dos maiores patrimônios de seus clubes, pois a matéria, em seu último parágrafo, grafa o seguinte:
“Eterno rivais dentro de campo, Corinthians e Palmeiras concordam em um único ponto: o projeto deve ser discutido com todos os envolvidos. ‘É preciso conversar antes com os clubes e tevês’, disse Belluzzo”. [os grifos são meus].
Eu pergunto ao presidente do Palmeiras – e ao do Corinthians -, pois segundo a matéria nesse ponto há convergência entre os rivais: todos quem cara pálida? Os maiores interessados, os torcedores, vão mais uma vez serem deixados de lado, não serão ouvidos? Afinal, na matéria, e entre aspas, se diz que os interessados são os clubes e a tevês.
Pobre torcedor brasileiro!
Que decepção!
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