terça-feira, 14 de abril de 2009

La Clique. O Show !!!

Como diria o outro, vamos começar pelo começo. Logo que soubemos que o casal Pugliese-Peteil viria nos visitar, há um mês, começamos a procurar um musical para levá-los.
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Contudo, conversa vai, conversa vem, percebemos que eles não estavam muito animados para assistir algo do gênero. Então, a Anne começou a googlar daqui e dali, até que encontrou o tal espetáculo, uma mistura de circo, comédia e música apresentados de uma forma única.
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Pesquisando um pouco mais e descobrimos que o show é uma novidade, recém chegada, pelas bandas de cá. Até poucos meses, a trupe estava na estrada, fazendo apresentações em feiras, batizados e quetais. Compramos e aguardamos. Ontem foi a grande noite!
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Saímos de casa por volta das 19h00. Pegamos a Central Line em Notting Hill Gate, até Tottenham Court Rd. e de lá fomos para Leicester Sq. Pela linha preta. Na saída da estação não tivemos nem o trabalho de procurar o teatro. Como dizem por aqui, a casa de espetáculos é “next door”.
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Aqui vai um adendo. Quando vi onde está sendo apresentado o show, lembrei dos meus amigos Kelinha e Celão, desbravadores dessas bandas, nos idos 80’s. Eles falavam de uma boate chamada Hippodrome, que era a mais trend, o tum-tum-tum da época, com direito a leão de chácara barrando pessoas na porta. Pois, o La Clique é encenado lá.
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Procurando o link da casa para colocar neste post, li na Wikipedia que o The London Hippodrome está firme e forte desde 1900. Foi teatro, cabaret, nigthclub e ... bom, que saber mais, clique aqui. Quando cheguei, não pude deixar de me remeter aos bons e velhos 80’s. Estava no lugar certo, na hora errada ou, mais precisamente, vinte e cinco anos atrasado !!!
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A entrada é pequena e a troca dos ingressos (só dá para assistir, comprando on line, com três semanas de antecedência) é rápida.
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Fomos recebidos pelo MC do espetáculo, que nos colocou pulseiras vermelhas, para identificar onde ficavam nossos lugares no teatro. Só para constar, estávamos na segunda fila.
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O teatro não tem cara de teatro. Parece mesmo uma casa noturna, ou balada, como queiram. Os camarotes do arrasta-pé servem como upper circle e, na parte de baixo, os stalls, eram formados por cadeiras dobráveis arranjadas em círculo, formando uma pequena arena, No centro, um mínúsculo palco.
. Entramos, sentamos, e logo depois fui comprar uma água, ou melhor, a garrafinha d’água mais cara do universo, £ 3. Nem no Saara deve custar tanto!!! Descobri como os proprietários mantém o negócio em pé. Vendendo água.
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Mas, vamos ao espetáculo. A abertura é feita por Le Gateau Chocolat. Como diz o prospecto: uma Opera Singing Diva. Na verdade, o cara tem um vozerão de tenor. Nem sei por que usa microfone.
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Mas, canta muito e se veste em colants de lycra e muita maquiagem, muito bom. Depois do interlúdio, Gateau volta, intimista e faz mais uma participação, antes do final.
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O primeiro espetáculo circense é o dos “English Gents”, Denis Lock and Hamish McCann. Só para constar, os artistas são australianos. Os caras arrebentam. No pequeno palco só não fazem chover. Uma aula de equilíbrio e força.
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Depois vem Clarke McFarlene, “Mario the Queen of the Circus", caracterizado de Freddie Mercury. O rapaz faz duas participações. Malabarismo com bolas e equlibrismo em um monociclo. Isso ele faz muito bem. Peca na hora das piadas. Demorado e nada engraçado.
. Perfeito na arte da piada é Carl-Einar Häckner, um mágico com jeitão de doido, que ao tentar executar os truques acaba entregando como são feitos. Ele faz três aparições, todas impagáveis.
. Muito boa, também, é Ursula Martinez, a cabaret performer. Seu primeiro número é um truque de mágica. Ela faz desaparecer um lencinho vermelho. Conforme o lenço reaparece, ela dificulta seu número tirando uma peça de roupa até o grand finale, quando completamente nua, retira o lencinho, de um lugar onde, normalmente não bate sol, se é que vocês me entendem.
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Na segunda participação, faz um número muito engraçado de guitarra espanhola e piadas. Em sua última entrada, aparece bebendo cerveja e comendo pizza. Depois pede para a platéia um cigarro, com o qual, tive o prazer de presenteá-la.
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Dançando como bêbada e com o cigarro na mão, Ursula literalmente pôe fogo na platéia quando incendeia a parte de cima de seu biquini e depois, como a boneca quase não é exibicionista, taca fogo na parte de baixo, também.
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O derradeiro número é Bret Pfister, o malabarista novaiorquino. A flexibilidade do rapaz é impressionante. Além de acrobacia, Bret dança, ou melhor, flerta com o seu instrumento de trabalho, o arco.
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Quase me esqueci de escrever sobre a malabarista dos bambolês. É legal e tal, e Marawa Ibrahim, em determinado momento chega a rodar uns dez em volta do corpo, mas não empolga. Tanto que estava quase passando batido por aqui.

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A noite, para mim, foi um verdadeiro revival: estava em um templo dos 80's, assistindo um espetáculo com pinta de 80's. Lembrei do Espaço Off, em São Paulo, tempos de Luni e de Patricio Bisso. Todos eram inovadores e modernos. Os dois shows, separados por quase três décadas, nem tem muita relação, mas o La Clique carrega o mesmo frescor e a mesma proposta alternativa.





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