domingo, 11 de janeiro de 2009

Inferno: O Nono Círculo

Para não ofender a terceiros e principalmente, para não deixar a minha mulher triste, esta parte do relato se dará em forma de fábula, omitindo nomes e lugares.
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O dia amanheceu, e nós pegamos, como diz a música do AC/DC, a Highway to Hell. Pulamos vários círculos, em direção ao Nono Círculo Infernal.

Na antesala do Nono Círculo, somos recebidos por uma figura alta, magra, tonta e tosca. Um maltrapilho bobo da corte, que têm a função de ofender, com piadas de péssimo gosto e cagar na cabeça dos que chegam.
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A micagem do bufão, começou a me dar a exata medida do que me esperava no Nono Círculo. A saída da antesala, se deu com temperatura abaixo de zero. Na chegada ao Círculo, estava -3ºC.

Os dias foram passando e o frio não diminuia, na verdade, chegamos a ter -6ºC. Com o clima glacial, pouco se podia fazer. Na verdade, a pena é sentir o tédio por toda a eternidade.
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Pessoas diferentes, pecados diferentes e catigos diferentes. O meu foi virar o homem invisível. Entrava e saía do meio das pessoas e não era notado. Chegamos, enfim, ao dia 31 de dezembro. Como os condenados não têm direito de comemorar, tivemos que vestir fantasias em nossa festa de reveillon.
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Mas, como estávamos no Inferno, nada podia ser divertido. A bebida era ruim, mesmo assim, verti meio litro de Famous Grouse.

Dois dias depois, começei logo cedo a arrumar nossas coisas, pois, nossa estadia no Inferno estava chegando ao fim. As 19h00 pegaríamos o expresso polar de volta para o “Paris iso”.

Lá pelas duas da tarde, peguei nossa maior mala para deixar perto da saída,, ela devia pesar uns 40 quilos. Fui descendo as escadas lentamente e com muito dificuldade. Além do peso da mala, havia o risco de quebrar os pratos de porcelana que enfeitam a parede. Nessas, no penúltimo degrau da dita escada, deu-se uma torção, daquelas que repuxa a perna e o cara perde as forças. Começava minha última penitência.

O domingo no Paraíso foi de cama e antinflamatório para mim. Tinha que estar minimamente em condições de encarar a viagem para casa.

Na segunda, a neve deu as caras. Nevou todo o tempo que estivemos no Paraíso e em boa parte do percurso do trem.

Enfim, Londres !!! Nada de neve, estava frio, porém, seco. Nunca gostei tanto de ficar em um engarrafamento de trânsito, onde pude observar as pessoas e ficar feliz em ver a diversidade harmoniosa da cidade. Sentir como é bom viver em um lugar onde as pessoas pensam "macro".

Aqui, eu também sou estrangeiro, como muitos e, muitas vezes invisível, como muitos. Só que nunca tive a sensação de desperezo que vivi no Nono Círculo do Inferno.

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Um comentário:

Monica Trigo disse...

Rapaz, que roupa é essa? Asterix ou Obelix?