A saga do blogueiro continua, agora em Terras Brasilis. Novo blog, novo nome, novas cores, o mesmo conteúdo e algo mais:
segunda-feira, 12 de julho de 2010
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Final Transmission ...
A essa hora devo estar em um Vôo da BA para Lisboa e de lá para São Paulo. Não poderia deixar de agradecer a todos que acessaram o expatriated nesses quase dois anos de vida. Algo como 45 mil pageviews, um número irrisório para os padrões da rede, mas impressionante para um despretensioso blogueiro.
Não consegui escrever e tampouco tive vontade de postar nada sobre meus últimos dias em terras britânicas. Uma mistura de Copa do Mundo, muito trabalho, uma pitada de dúvida, alguma ansiedade; afinal, amanhã uma nova etapa começa em um outro continente e principalmente; tentei evitar ao máximo cair na vala do saudosismo. Não vou rememorar fatos ou datas aqui, apenas tentar resumir o que foi esse afortunado período.
Vim para Londres acompanhando a mudança da Anne. A expatriação deveria ser por um período de três anos. Não foi. O mundo girou e muita coisa mudou. Grandes economias quebraram. Meu casamento também. A ex parceira trocou de emprego e de cidade. Eu estou trocando também. Não devido as transformações familiares e sim por opção. O "passageiro" que pousou em Heathrow dois anos atrás precisa muito assumir o seu próprio comando e a troca do cenário é um aditivo importante.
Da última vez que fui para o Brasil escrevi que estava indo rever pessoas e lugares e que minha casa era Londres. Eu estava enganado. Minha casa é onde eu me sentir bem. Onde eu estiver, não um espaço físico qualquer. Pena eu ter demorado 44 anos para perceber isso! Podia ter aprendido mais em São Paulo, em Salvador, em Santiago ...
Mas a mágica da vida é essa! Diferente do que muitos apregoam, as oportunidades vão e vem a todo momento e elas só se tornam oportunidades, efetivamente, quando estamos preparados para elas. Londres foi isso, o lugar certo no momento exato e, como em uma cartilha, cada lição esteve harmoniosamente arrumada para dar resultados.
Primeiro Notting Hill, um lugar lindo e turístico, com boas possibilidades para uma transição tranquila para a vida do Velho Mundo. Já adaptado ao bairro e a vida local tive que aprender a me locomover. Demorei meses para entender os mapas da cidade, tão diferentes da simétrica planta do metrô. Descobri os ônibus e redescobri o prazer de caminhar. Lugares que estavam à várias estações não eram distantes e muita coisa podia ser feita a pé.
As lições seguintes foram de socialização, compreensão da sociedade e das múltiplas culturas existentes. Um duro porém fundamental processo de aprendizado que, creio eu, nunca terminará por completo.
Notting Hill era o paraíso. Tudo era perto e fácil. Eu vivia uma sensação de segurança que nunca tinha experimentado. Foi preciso um assalto para perceber que as coisas podem acontecer em qualquer lugar e, com maiores possibilidades, onde há desigualdade social. Viver os últimos meses em Willesden comprovou isso. No bairro de imigrantes e de pessoas de baixa renda, apesar das caras amarradas de quem tem muita dificuldade para sobreviver, não existe mais violência do que na área turística.
Enfim, a fortuna sorriu para mim quando cheguei aqui e nada, absolutamente nada foi em vão ou ruim. Tudo foi parte de um processo que está me tornando uma pessoa completamente diferente. Melhor, I hope!
Olhar para trás e perceber que muitos dos erros cometidos não se repetirão é uma benção. Assim como saber que sem esses erros nada teria mudado. Hoje eu sei por exemplo que, calar e tentar digerir algo que incomoda não resulta em nada positivo. Isso acaba refletindo nas pessoas que estão na "alça de mira". Ah! quantas vezes eu fui injusto com a Anne!
A vida fora do Brasil acelerou o entendimento do perverso processo do poder em Terras Brasilis. Longe da influência massiva da informação produzida pelos grandes meios de comunicação foi possível perceber como o país mudou para melhor. Hoje resta claro que existem dois países muito distintos.
Um é o país miserável e desgovernado, a terra dos escândalos, no qual a economia está sempre balançando e onde o governo compra a população para se perpetuar. Nesse lugar moram os elitistas, os oportunistas, os preconceituosos e os que acreditam cegamente na impren$inha.
O outro é o país dos brasileiros, que cresceu com a preocupação em diminuir as desigualdades. A economia avança, impulsionada pela saída de milhões de pessoas da da pobreza. Não é um novo "Milagre Brasileiro" de desenvolvimento a qualquer preço, mas um sério projeto econômico-social.
Essa mudança no modo de enxergar o país foi responsável pela mudança gradual no conteúdo do blog. O que era apenas um espaço para as novidades sobre minha vida e minhas opiniões, na maioria das vezes apenas sobre futebol, foi se transformando em um local, como diria o brilhante Seo Cruz, - para expor a bunda - de quem quer manter o status quo, custe o que custar.
Com isso muitas das fontes, das citações e dos colaboradores foram mudando. O único que ficou do começo ao final foi o meu amigo "do tempo que o Mar morto ainda estava doente", Marco Mello, do DoLaDoDeLá. Espero em breve que possamos engatar algum projeto juntos.
Posso afirmar, para terminar essa longa reflexão que, viver no Brasil dos brasileiros é um dos principais motivos para eu estar dentro de um avião agora.
Finalizando, agradeço, de coração, a todos que me acompanharam até aqui. Não pretendo abandonar a blogosfera. Criei um outro endereço, onde pretendo continuar a postar. O nome provisório é Reflexões, umas das tags do expatriated. Foi o primeiro que me veio à cabeça, pode ser que amanhã seja outro, pois como já cantava Raul "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante ...", ou, no momento, voadora.
terça-feira, 6 de julho de 2010
Mais Um, Mais Um ...
Tinga, volante, jovem revelação da Ponte Preta chegou. E a semana promete mais ...
El Mago?
É o Palmeiras de Felipão sendo formado ...
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